E voltamos ao hábito de postar resenhas. Essa
semana foi fraca, mas estou voltando com mais uma obra prima que não é
lançamento, porém é de um pioneiro em assuntos de zumbis, vampiros e romances
sem final feliz.
Eu falo de Herbert George Wells - ou
simplesmente H.G. Wells – um dos primeiros bem sucedidos escritores e
jornalistas a se aventurar por entre o mundo da fantasia e da ficção
científica. Wells é um dos maiores questionadores do ser humano e da civilização
em sua base educacional e racional, criticando-os em seus livros e discutindo
seus prováveis futuros. Ele também contribui com outros títulos, como A Ilha de
Dr. Moreau, um homem exilado por querer transformar animais em seres humanos, e
O Homem Invisível, um cientista que depois de uma experiência fica
completamente invisível. Vou direto para a resenha, pois é um livro que se tem
muito para falar.
A Máquina do Tempo é um livro para ser lido
sem preconceitos. Fala sobre o futuro da maior espécie civilizada e organizada
do Planeta Terra, o ser humano. O autor lida com pressupostos e suposições de
uma catástrofe com o ser humano e sua divisão em dois grupos: um que vive na
luz e povoa a região superior e o grupo que é sensível a qualquer tipo de
iluminação e vive no subterrâneo.
Ambos os grupos seriam indiferentes a qualquer
tipo de inteligência e desconheciam as atuais necessidades básicas, como, por
exemplo, o fogo. Eles não possuíam se quer alguma instituição e todos os
ambientes que conhecemos hoje eram como peças de museu e não tinham a menor
utilidade para um povo que precisava de tão pouco para sua sobrevivência.
O personagem principal é o Viajante do Tempo,
que demonstra seu experimento para um grupo de curiosos, entre ele o narrador
da trama. Ele vai até o futuro e encontra esta raça e a história se baseia em
um único conflito e sua resolução: quando o Viajante acaba sendo roubado e
perdendo sua máquina do tempo e sua única possibilidade de regressar a sua
época.
Um dos aspectos positivos do livro é a
descrição detalhada que o autor nos dá de cada canto da nova terra e dos povos
diferentes que ele encontra em sua expedição. Outro ponto que favorece o livro
é o estudo que o tal Viajante produz, em dizer que a Duração também pode contribuir
para se realizar uma viagem no tempo, assim como as três dimensões: altura,
largura e profundidade.
É uma obra digna de elogios, porém de um autor
com pouca experiência fazendo com que a sua originalidade a deixe perpetuando
por muito e muito tempo, sem perder o crédito da originalidade. Mas outra coisa
pode indignar o leitor perspicaz. O Viajante se desloca para uma realidade
muito distante da nossa – exatamente para o ano 802.701 d.C – e, para o nosso
avanço tecnológico e previsões da sociedade atual, é possível crer que o tal
futuro jamais exista, e que o ser humano não seja como os personagens de Wells
- regredidos na capacidade intelectual – e sim com uma quantidade maior de
tecnologia e menor espaço geográfico, bem diferente dos campos ilesos e sem o
dedo do homem.
Entretanto, A Máquina do Tempo foi escrita às
pressas por Wells, que, na época, precisava de uma fonte de renda para se
sustentar. Mas é impossível negar sua capacidade criativa e sua desenvoltura
para criar narrativas inteligentes e que acabam por transportar o leitor. Ele
escreveu outras obras que também possuem críticas positivas e uma enorme carga
de ficção científica – e algumas nem estão muito longe de acontecer.
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Oi, a resenha está ótima e o livro é bem diferente das histórias convencionais de vampiros que temos visto ultimamente. Ainda não li este livro, mas depois de sua resenha fiquei com vontade de conferir. Vlw a dica, bjus
ResponderExcluirLia Christo
www.docesletras.com.br
Oi, quanto tempo não é mesmo?!
ResponderExcluirGostei muito da resenha e nem sabia que você tinha esse livro, gostei muito da história e dos detalhes que você disse que o autor dá.
Território das garotas
@territoriodg
Bjss *-*
http://territoriodascompradorasdelivro.blogspot.com/
Não acho nada impossível que num futuro distante aconteça isso mesmo - a regressão da raça humana, pois do jeito que caminha a humanidade, o crescente número de habitantes no planeta, o lixo eletrônico que daqui a algum tempo ninguém saberá o que fazer dele, diante de tanta novidade tecnológica que surge todo dia, chegará a época em que a humanidade terá de enfrentar seu maior temor, mesmo que hoje seja inconsciente: a escassez da água e alimentos... não duvido nada que chegará o dia em que a TERRA entrará em colapso e se revoltará contra seus habitantes e, os poucos que restarem serão obrigados a sobreviver num mundo repleto de "nada". Tudo se perderá, voltaremos a estaca zero, como no tempo dos homens das cavernas... tendo de lutar pelo pouco que sobrou para sobreviver. Mas, cercados de tanta tecnologia e facilidades, quem de nós da um tempo na vida para refletir sobre isso?
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